foi quase um sequestro, se não fosse ele mesmo a me ajudar a levá-lo.
Branco, com umas manchinhas avermelhadas,
era lindo, quase perfeito,
ele sempre cantava quando estava perto,
e, as vezes, se escondia atrás do potinho de comida.
Pra me deixar com o sorriso nos lábios, o admirando.
Sempre tive medo de que ele fosse embora,
sendo assim, tranquei bem a portinha da gaiola,
pra que nada pudesse o tirar de lá,
um dia cheguei em casa, e como de costume, fui cumprimentá-lo,
e vi que algo estranho havia acontecido...
vi uma gotinha de... água. Perto daquelas perninhas magrelas,
Era uma lágrima...
Me assustei, como se estivesse o encontrado morto,
perguntei o que havia acontecido, por mais óbvio, ele não respondeu...
E decidi, com muita dor no coração, libertar meu nobre passarinho,
abri a portinha de sua casinha, e dei com as mãos, para ajudar na fuga...
Vi que ele olhava em meus olhos, sentindo saudades, sentindo falta,
antes mesmo de partir... Ele ficou em dúvida, não sabia se ia, ou se ficava...
Decidiu então ficar na porta.
Pra poder me controlar, saí de perto, e sentei no sofá,
Fui ler, pra ver se o aperto no meu peito passava, ele ficou sentado lá,
perto, porém distante de mim... ficou admirando minha leitura,
como se fosse a primeira vez que me viu,
ele ainda está lá, indeciso...
na porta... talvez a me esperar...
E mesmo que ele se vá, eu sei que ele vem me ver de vez em quando...
Vem me amar um pouquinho, ao menos por segundos.
BHF
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